sábado, 6 de fevereiro de 2010

G7 zera dívidas bilaterais do Haiti e pede o mesmo ao Banco Mundial

Os países do G7 "vão zerar a dívida bilateral do Haiti", devastado pelo terremoto de 12 de janeiro, declarou neste sábado o ministro das Finanças do Canadá, Jim Flaherty, ao final de uma reunião do grupo as sete nações mais industrializadas do planeta. O grupo pediu que a dívida haitiana junto ao Banco Mundial e ao Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID) também seja cancelada.

A dívida do Haiti com o G7 --formado por Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, reino Unido, Itália e Japão-- já era relativamente baixa.

"A dívida com instituições multilaterais deveria ser perdoada e vamos trabalhar com essas instituições e outros parceiros para que isso aconteça o mais rapidamente possível", acrescentou Flaherty.

Além disso, o Clube de Paris, grupo informal de Estados credores, entre eles todos os países do G7, já haviam se comprometido em junho a zerar todo o débito do Haiti com seus membros, que é de US$ 214 milhões.

O total da dívida externa do Haiti, país mais pobre do Ocidente mesmo antes do terremoto, chega a US$ 890 milhões. Desse total, 41% do débito foi contraído com o Banco Interamericano de Desenvolvimento e 27%, com o Banco Mundial.

O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, e o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, participaram da reunião de Iqaluit.

Estas duas instituições, que coordenam uma redução da dívida haitiana ante os organismos financeiros internacionais, solicitaram um esforço suplementar de todos os países para zerar o restante.

Durante a entrevista coletiva que encerrou a reunião de dois dias em Iqaluit, e ao lado dos ministros de Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Japão, Flaherty disse que os sete países mais ricos também discutiram a reconstrução do Haiti após o terremoto de 12 de janeiro, que matou mais de 200 mil pessoas, destruiu a capital do país e deixou centenas de milhares de desabrigados.

"Discutimos a ajuda que o Haiti vai necessitar para a reconstrução a longo prazo à medida que sai da atual situação de emergência", disse o ministro canadense.

Ao mesmo tempo, as nações mais industrializadas do mundo se disseram dispostas a prosseguir com suas políticas de estímulo à economia, antes de se aterem à redução de seus déficits, afirmou Jim Flaherty, durante entrevista à imprensa, em Iqaluit, ao final de uma reunião dos Sete Grandes.

No entanto, segundo o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, "devemos nos assegurar de não estarmos comprometendo a recuperação econômica mundial".

"Estamos decididos a continuar apoiando nossas economias até que se estabeleça uma recuperação econômica sólida", acrescentou o ministro das Finanças da Grã-Bretanha, Alistair Darling.

O G7 foi criado em 1975 pelo presidente francês Valéry Giscard d'Estaing, tendo se tornado com o decorrer do tempo em grande máquina diplomática e midiática.

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