Fonte
VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online
Atualizado às 11h41.
O PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas por um país) dos Estados Unidos caiu 2,4% em 2009. Trata-se do pior resultado desde 1946 --quando a queda foi de 10,9%--, contra leve alta de 0,4% em 2008. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira pelo Departamento do Comércio.
No quarto trimestre, no entanto, a economia cresceu 5,7% (dado anualizado), muito acima dos 4,6% esperados pelos analistas e melhor desempenho trimestral desde o período de julho a setembro de 2003, quando houve expansão de 6,9%.
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O avanço no trimestre passado refletiu as contribuições positivas dos investimentos em estoques, das exportações e dos gastos do consumidor.
Os gastos dos consumidores aumentaram 2% no trimestre passado, menos que no trimestre imediatamente anterior (alta de 2,8%). Os gastos com bens duráveis (com durabilidade mínima prevista de três anos) caíram 0,9%, contra uma alta de 20,4% no período imediatamente anterior. Com bens não duráveis (como alimentos e vestuário) os gastos aumentaram 4,3%, acima do 1,5% visto três meses antes. Os gastos com serviços cresceram 1,7%, após leve alta de 0,8% entre julho e setembro.
A produção de veículos contribuiu com 0,61 p.p. (ponto percentual) para o desempenho do PIB no trimestre, após contribuir com 1,45 p.p. no terceiro.
O índice de preços atrelado à leitura do PIB registrou alta de 2,1% no trimestre passado, muito acima do 1,3% visto no trimestre imediatamente anterior. O núcleo do indicador (que exclui os preços de alimentos e energia), por sua vez, subiu 1,2% --aumento substancial em relação ao 0,3% visto no período anterior, mas ainda dentro da margem considerada adequada pelo Fed (Federal Reserve, o BC americano), de 2%.
As exportações de bens e serviços tiveram aumento de 18,1% no trimestre passado, pouco acima dos 17,8% vistos um trimestre antes. As importações, por sua vez, cresceram 10,5%, menos que os 21,3% regiostrados entre julho e setembro.
Revisões para baixo
No terceiro trimestre a economia cresceu 2,2% --o dado sofreu duas revisões para baixo: a leitura inicial, divulgada em outubro do ano passado mostrou um avanço de 3,5%; um mês depois, o dado foi revisto para expansão de 2,8%. O enfraquecimento do setor de construção comercial, a desaceleração do consumo, a diminuição dos investimentos em equipamentos e softwares e a redução dos estoques pelas empresas contribuíram para as reduções.
As expectativas para a economia americana têm melhorado. O FMI (Fundo Monetário Internacional) informou na terça-feira (26), quando divulgou a atualização dos dados do relatório "World Economic Outlook" ("Perspectivas Econômicas Mundiais") publicado em outubro do ano passado), que espera um crescimento de 2,7% neste ano para os EUA, contra previsão anterior de 1,5%.
Na quarta-feira (27) o Fed (Federal Reserve, o BC americano), por sua vez, informou que "as informações recebidas desde o encontro do Fomc em dezembro sugere que a atividade econômica tem mantido a recuperação" e que o ritmo de deterioração do mercado de trabalho diminuiu.
O Fed apontou ainda que há sinais de melhora dos gastos dos consumidores e dos investimentos, mas sem vigor. "Os gastos dos consumidores estão se expandindo a uma taxa moderada, mas continua a ser limitada por um mercado de trabalho fraco, pelo crescimento modesto da renda, menor preço das casas e crédito difícil", diz o Fed.
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